terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Clown Parade



Era fim da tarde, a chuva começou a querer chover. Avenida Paulista cheia, hora do rush, todo mundo tinha algum lugar para ir...e depressa.
Metrôs, ponto de ônibus lotados, trânsito na rua. O relógio não perdoa e não pára.
Quando finalmente meu ônibus aparece no horizonte e logo depois encosta no ponto, surpresa, era o ônibus de todas as pessos que aguardavam no ponto.
Depois de brincar de "Sokoban" e cada um encaixar no seu lugar, em cada ponto de ônibus que vai da Av. Paulista, Alameda Santos, Brigadeiro e Av. Santo Amaro entravam mais uma meia dúzia. Certa hora um pessoal chegou a entrar por trás, mas "tudo bem", hoje em dia não tem problema, seja pela frente ou por trás, a galera acha importante que entre.
Vertigens a parte, de alguém que não havia almoçado, que inferno. Uma pessoa normal é capaz de se tornar um sociopata em questão de minutos...opa...errado...em questão de horas, porque foram 2 horas neste calor-humano-molhado-de-chuva-com-vidro-fechado.

Não ia falar sobre isso, mas foi inevitável.

Ia contar que no meio do caminho deste caos apocalíptico capaz de transformar cientistas em Hulks, uma senhora com idade bem avançada que estava dentro do ônibus começou a tirar sarro de uma vaquinha colorida que está na Av. Paulista participando do "Cow Parade". Ao mesmo tempo que as minhas opiniões sobre a arte começaram a borbulhar querendo gritar para o mundo que não se zomba da arte porque arte reflete a vida do ser humano e blablabla... caí na real:
Imagine a cena de uns 70 cabeçudos dentro de um ônibus, o trânsito não anda, chovendo, todos atrasados e todos encarando a vaca por longos minutos (já disse que o trânsito parou?). Imagine esta cena do ponto de vista da vaca.

É absurdo a gritante inversão de valores de hoje em dia. Eu amo arte. Eu defendo a arte. Mas São Paulo tem muita coisa pra resolver antes de investir em vacas coloridas ou TVs dentro do ônibus.

Pão e circo até que funciona com a gente, mas só circo não.

Principalmente porque os palhaços deste picadeiro somos nós.

BADAENEK

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É bonito é bonito e é bonito


É segredo, não conto.
Nem sob tortura.
Mas tem coisa que é bonito de ser ver hein? (eu não errei a ortografa)

Viva o fim do Carnaval!
Viva o retorno das férias.

Meus olhos agradecem.

A Natureza sabe fazer bem feito... pena que fez poucos.

Hehe

BADAENEK

"Não existe algo como o ser humano"





Winnicott tem uma famosa frase que diz "não existe algo como o bebê". Esta frase trocada em miúdos significa que o bebê nunca é O BEBÊ, quando você me apresenta um bebê você me apresenta uma mãe. O bebê não pode ser sem uma mãe (cuidador), sem a mãe o bebê não existe, pois resistiria pouco tempo vivo.

Agora uso esta frase para dizer que esta é uma condição do ser humano e esta é uma coisa muito difícil de entender e até de aceitar me arrisco a dizer. Um ser humano sozinho não vive. Talvez a diferença entre a frase do bebê e a do ser humano é que o bebê não sobrevive; o ser humano até sobrevive, mas não vive.

Nos últimos tempos tenho sentido na pele dos jeitos mais legais, mais constrangedores e mais bizarros como somos dependentes uns dos outros e como é di fícil aceitar isto.

Seja no amor, na dor, na piada, no e-mail ou nos posts do dia a dia, seja nas críticas, seja nos sonhos que se esbarram pois coincidem ou chocam, estamos sempre vivendo a nossa vida temperada pela vida dos outros.

Tenho dois filhos, uma mãe, dois irmãos. A maneira como a vida deles completa a minha é inexprimível. A maneira como cada um à sua maneira me coloca em suas vidas... o jeito que me ajudam a viver.

Meus filhos nasceram em condições especiais e me arrisco a dizer que a família deles não é completa, faltam peças-chave e eles sentem falta. Na minha ânsia de corrigir esta falta me desdobro em mãe-amiga-pai-vô e acho que eles compreendem e me dão crédito mas no fundo sabem que nunca vou substituir a altura. Mas a família que temos, que não é perfeita por ser feita de humanos, mas é perfeita por ser única, faz com que a vida seja "vivível".

Nunca criaria meus filhos e nem existiria de sse meu jeito sem o colchão que são a minha mãe, irmãos, amigos, amigos-coloridos, primos doidos, babás corajosas, amigos virtuais, escritores, filósofos, professores inspiradores e loucos que viram analistas que me cercam, rodeiam, respiram o mesmo ar que eu e divide as experiências e a mala pesada desta viagem.

Obrigadú.

BADAENEK em momento cristão Hehe

 

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um pouco de Contardo Calligaris

Muito bom, recomendo.


BADAENEK

O ano começou

Diz a piada que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval. Hahaha
É verdade...
Depois de longas férias do trabalho, da faculdade e da escola das crianças, lá vamos nós.
O ano começou e até o horário de verão já ficou para trás. É hora de produzir. É hora de correr atrás do prejuízo.
É hora de arregaçar as mangas e fazer o que não foi feito antes.

Parece até que é assim né? O ano nunca acaba e nunca começa para quem tem que batalhar a vida como a gente... é tudo uma continuidade......

Bom... pelo menos até a Copa do Mundo Hehe

BADAENEK

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

NEUROSE FALA

 

Depois de escrever sobre coisas densas e obscuras, talvez um tanto polêmicas, talvez incômodas, vou mudar de assunto como todo bom neurótico, que quando fala demais do bueiro, precisa começar a falar das flores e dos passarinhos para dar uma limpada no ar. Hehe.

Quero falar sobre coisas na vida que nos surpreendem. Acho legal que isso aconteça porque mostra que não temos controle sobre todas as coisas e que mesmo quando estamos parados o mundo gira e esbarra em nós. Este é um ponto. O mundo gira, esbarra, pára, gira de novo.

O outro ponto é que quando o mundo que a gente criou dentro da gente muda, o mundo de fora muda junto e isso é surpreendente. Esperar mudanças nunca é um plano ruim, porque inevitavelmente elas acontecem, mas mudar uma coisa inside e depois ver seu reflexo outside é realmente uma bela experiência.

E quando você muda o seu mundo, o mundo de verdade gira e esbarra em alguém, que as vezes estava indo bem no plano de ficar parado esperando mudanças. E tudo dá certo.

Em alguns itens da minha vida estou no plano "estátua-quando-voltar-a-musica-eu-danço" e em outros estou dançando frevo para que coisas aconteçam. E, cada plano no seu ritmo, as coisas estão caminhando.

Post dedicado ao meu analista, (histérica na formação reativa) - aquele fofo.

BADAENEK


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sessão Cineménha - UP IN THE AIR

Primeiro post da "Sessão Ceneménha", resolvi escrever sobre os filmes que assisto e que vale a pena escrever alguma coisa. Vou começar pelo filme "Amor sem escalas", com título porcamente traduzido, com George Clooney.

1 - SITUATION
Assisti numa sexta-feira na sessão das 23:00 no Market Place, cinema vazio, ótimos lugares onde dava para esticar as pernas. Foram 15 minutos de trailler, para minha sorte que sempre chego atrasada.

2 - RESUMÉNHO
O cara é um "funcionário-viajante", que tem a função de demitir pessoas para empresas onde o líder não tem esta capacidade, ou tem preguiça pois são muitos ou não quer mesmo. Em uma das viagens conhece uma mulher que trabalha viajando, assim como ele, a quem ela mesmo se refere como "uma versão dele com vagina" e rola um affair (com final bem bolado). A empresa onde ele trabalha contrata uma nova funcionária, recém formada com idéias tecnológicas de demitir por fone-conferência, reduzindo os custos da empresa. Daí em diante, a história gira em torno do problema em demitir pessoas e demitir pessoas pela internet, ao mesmo tempo que o herói reencontra as irmãs que não via há muito tempo para o casamento de uma delas e se relaciona com a mulher viajante. Ele também ministra palestras "motivacionais" com um tema sugestivo. Pano de fundo do filme: relacionamento / vínculo.

3 - FILOSOFANDO
Um filme sobre vínculos. Emocionais e práticos. Um cara que trabalha demitindo pessoas, desvinculado-as do seu trabalho, do seu "ganha-pão", pessoas com muitos anos de empresa na maioria das vezes, com um vínculo prático e emocional muito grande. Para desfazer este vínculo, ele precisa criar um breve vínculo de compaixão e vender uma idéia de novo começo. Quando esta situação é ameaçada pela tecnologia, ou seja, demitir via fone-conferência, existe um abalo no único vínculo que herói construiu - com a fuga, com os aeroportos e hotéis e causa indignação como o novo projeto mostra seu trabalho como desnecessário, desconsiderando todo uma situação que é instaurada no momento de demitir uma pessoa. Ele não possui vínculos com a família, uma das irmãs chega a dizer que ele "praticamente não existe". Se delicia com a aventura amorosa com a mulher-viajante pois pode encontrá-la por ai e ficar com ela casualmente, novamente, sem carregá-la consigo, assim como faz com a família, com seu apartamento e assim como prega em suas palestras da "mochila-vazia". Pretende convencer as pessoas que devemos carregar o mínimo de bagagem nas mochilas e então seremos felizes. Trazer o mínimo em sua bagagem diz respeito à relações. Relacionar-se é assumir uma responsabilidade para com o outro. Esvaziar a mochila é não carregar esta responsabilidade e viver leve. A mala dele tem as coisas mais práticas e úteis, nada de mais, nada de menos, suas técnicas em aeroportos para ganhar tempo nas filas já diz da praticidade. Só se relaciona com a companhia aérea, onde é fiel e deseja acumular 10 milhões de milhas para ter seu nome em uma avião. A companhia aérea é quase sua cúmplice de fuga, por isso uma lealdade; é ela quem proporciona a "saída estratégica a direita" de uma cidade para outra. É seu único vínculo. Quando precisa aconselhar o noivo de sua irmã, ele é um desastre, mas faz uma pergunta essencial: "nos melhores momentos da sua vida... você estava sozinho?" e isto o convence a seguir adiante com o casamento. Não vou contar o final mas o filme não defende o que é certo ou errado, apenas causa uma reflexão sobre escolhas, mas toda escolha tem um preço.
Demitir pessoas ou não SE vincular é uma opção que não causa grandes danos para o herói, mas e se ele fosse desvinculado? Demitido? Esvaziado da mochila de alguém? Privar alguém da sua companhia pode ser até um favor as vezes, mas pode ser doloroso e este "pode ser" é a responsabilidade que assumimos nas relações (conjugais, maternais, empresariais, com cliente, etc.)
Esvaziar a mochila não é difícil. Mas o que a gente tira da mochila em algum lugar, fica.

Detalhe para o chiste no slogan: "The history of a man ready to make a connection".

BADAENEK

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mulherzando


Tenho sido tentada a escrever sobre as mulheres mas confesso que existe um pouco de resistência da minha parte em falar sobre mulheres separando o homem da conversa.
Não gosto de generalizações e conheço alguma coisa a respeito do repúdio ao feminino e por isso fica difícil escrever algo...pelo menos algo que seja inovador ou interessante.

Mas quero dizer que ser mulher é uma coisa sem definição suficiente e sem explicação. O esforço em se igualar ao homem em todas as tarefas e responsabilidades chega a ser cômico,como ocorreu certa vez em uma conversa que eu tive:
Eu - Ahá, as mulheres vão dominar o mundo!
Homem - Não vejo a hora que isso aconteça para eu ficar em casa descansando.

As mulheres não querem mais ser mulherzinhas, assim como os homens nunca quiseram. Mas a mulher é referência, elas não se empenham em "não ser homenzinhos", os homens que olham como é a mulher e repetem consigo "não posso ser assim pois serei mulherzinha".

O interesante é que se fizermos todas as tarefas dos homens, como eles saberão o que é ser homem?

Eu, que sempre fui espaçosa e quero dominar mais as tarefas do homem (historicamente falando, sem machismo ok) do que as tarefas da mulher, me sinto hoje, tentada a pensar no assunto...

O que deixamos para eles??

BADAENEK

Inspirado no programa Café Filosófico, com Ana Maria Rita Kehl, Psicanalista, Programa que foi ao ar na TV Cultura dia 14/Fev/2010.

PS: A foto não podia ser melhhor para ilustrar o que quero dizer. Obrigada web.
http://clubecabecasbadalhocas.blogspot.com/2008_12_01_archive.html

Sobre críticas

Um jeito de saber a consistência do que você pensa é ouvir críticas.
Dolorosas como sempre (nem vem com essa de construtivas ou destrutivas, essa porra dói), as críticas têm o poder de te testar em seus argumentos e suas idéias, porque pessoas pensando diferente da gente acabam mostrando como a gente é.

Tente não responder à críticas. Sem interação, seu pensamento não modifica.
Mas tente argumentar...além de descobrir que existem outras maneiras de pensar, te mostra o tamanho real do que você pensa. De tanto defender seu ponto de vista, ele pode se mostrar como um jeito infantil de ver as coisas, ou de repente o jeito mais maduro de olhar.

Somos incapazes de auto-crítica paralela à opinião, simplesmente porque o raciocínio lógico é sempre o mesmo, por isso, mesmo doendo, vale a pena ouvir críticas nem que seja para descobrir o quanto você gosta do seu prisma ou como ele já está ultrapassado (dentro de você) e você não sabia.

BADAENEK

Perguntas sem resposta


Daqui alguns anos ou até alguns dias, de acordo com a velocidade do nosso tempo, posso me arrepender de escerver isto ou simplesmente mudar de idéia. O que preciso é organizar as idéias para saber a que conclusão chegar e isto só é possível escrevendo ou falando.

Tenho pensado sobre Deus e sobre minhas crenças... existência? Mito? Dedução? Intuição? A que vem a crença em deus? Seja ele qual for. Seja ele uno, tríade, múltiplo.

Pela pouca experiência de vida penso que existe uma força criativa, que independe das vontades dos humanos e que por ora, é inexplicável. Pelo que conheço da ciência em todos os campos, a matemática final é que existe uma força que cria e equilibra o mundo, suas forças, suas fraquezas, seu humor.

Mas não consigo acreditar na existência deste teu Deus. Este deus que exige sacrificios da natureza em prol ao seu gerenciamento que não tolera desobediência, que a cada escorregão humano tira e faz doer. Não cabe na minha alma um espaço para adorar um algoz. Por isso minhas suspeitas aumentam. Suspeito de um bode expiatório, o pecado, que humanos bem dotados de suas psicologias que hoje tanto estudamos, criaram afim de doutrinar e manipular os humanos menos dotados de pontos de interrogação. No fim, uma troca fácil de realizar: minha natureza pelo Seu perdão. Abrem mão da natureza do humano em troca de terras verdes após a morte. Nesta hora me pergunto porque então este deus nos deu a vida se só podemos gozá-la depois da morte. Porque temos formigamentos e impulsos que nascemos e temos que controlar em troca de uma vida eterna. Se é eterna não é vida, a vida predispõe uma morte. Como não existe sombra, mas ausência da luz, não existe morte, mas ausência de vida e se é eterna chamemos de outro nome.
Compreendo que existem patologias, comportamentos que destroem laços humanos, politicos, sociais e naturais, mas encaro como uma desordem causada inclusive por esta ilusão. Uma ilusão do errado.

Acredito mais em um criador como a natureza, que não impõe regras narcísicas de adoração, lealdade e fé, mas de colaboração. Você não é punido quando corta uma árvore pois magoou o Soberano, mas é punido pois a árvore é o que te faz respirar e você mexeu com o equilíbrio do mundo. Um criador que equilibra as coisas de tal maneira que sua criação precisa aprender a conviver colaborando. Viver em sociedade com a natureza. Um contrato social de onde começa a minha vida e onde começa a sua, de delimitação e intersecção. Onde os impulsos naturais como o desejo e a agressividade encontram lugar para se expressarem com o devido suporte de quem já foi iniciado na vida, do jeito que ela é.

Acredito que acreditar neste deus e privar nossas vidas de alguns itens como se fossem errados só nos faz tapar o sol com a peneira e nos fingirmos de santo diante outros crentes nisso e, diante deste próprio Deus que defende, mostrar sua real cara. A falsidade.

Como acredito no criador, espero não causar nenhum efeito borboleta com este post de desabafo, quero pensar mais no assunto e sempre, mas infeliz ou felizmente, escolhi um caminho mais complicado que acreditar cegamente, que é perguntar sempre e questionar o porque estou aqui.

BADAENEK

Ela explica como me sinto hoje




Standing Outside The Fire

Garth Brooks
Composição: Garth Brooks


We call them cool
Those hearts that have no scars to show
The ones that never do let go
And risk the tables being turned


We call them fools
Who have to dance within the flame
Who chance the sorrow and the shame
That always comes with getting burned


But you've got to be tough when consumed by desire
'Cause it's not enough just to stand outside the fire

We call them strong
Those who can face this world alone
Who seem to get by on their own
Those who will never take the fall


We call them weak
Who are unable to resist
The slightest chance love might exist
And for that forsake it all


They're so hell-bent on giving ,walking a wire
Convinced it's not living if you stand outside the fire

Standing outside the fire
Standing outside the fire
Life is not tried, it is merely survived
If you're standing outside the fire


There's this love that is burning
Deep in my soul
Constantly yearning to get out of control
Wanting to fly higher and higher
I can't abide
Standing outside the fire


Standing outside the fire
Standing outside the fire
Life is not tried, it is merely survived
If you're standing outside the fire


Standing outside the fire
Standing outside the fire
Life is not tried, it is merely survived
If you're standing outside the fire

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Uma ímpressão


Tenho uma leve impressão de que quando você tenta ser feliz as pessoas ajudam.



Parecia que era o contrário. Culpa da neurose (literalmente).

BADAENEK
-

Se era o certo eu não sei, se era assim também não hei de saber, mas sei que era o que dava para ser naquela hora.

Não sei como saber se vai dar certo, nem sei ao certo o que é certo, mas sei que é assim que sei saber.

Só sei que nada sei, só sei que tudo é impossível saber, mas tentar saber é o impulso da vida e não conseguir saber nunca é a graça da vida.

Conversemos, briguemos, amemos, bebamos... e nunca saberemos.

Leia, pergunte, busque, ria, chore e durma, e nunca haverá de saber.

A grande vantagem é que não saber nos dá a chance de inventar!

Invente seu deus, sua religião, sua psicologia, sua ciência, sua tecnologia, sua lei, suas regras, sua submissão, sua versão. Crie sua história. Faça-a em quadrinhos, em literatura ou a viva no dia a dia.

Seja bandido, seja mocinho, vá ao teatro, vá a padaria, vá a praia, mas vá e descubra o que a vida tem a oferecer.

Não sabemos o que a vida é, porque ela não É, ela ESTÁ.
Leia os livros de história e saberá como ela FOI. Mas não existe livros de como SERÁ, por que você ainda está a escrevê-lo.

BADAENEK

Psicnálise é o meu Ray-Ban

Sabe quando você vai numa ótica escolher um óculos? Sempre tem as especificações do oftalmologista para as lentes e as variações de armação que combinam com todos os tipos de rosto. Os óculos escuros também têm inúmeros modelos tal qual os gostos de quem compra. Em resumo, cada um pode escolher o óculos que combinar mais com você.
Os óculos que fazem enxergar de perto, de longe, escuro, tiram o "embaçado", tem a utilidade de fazer-nos ver melhor.

Hoje, estou fascinada com o meu modo de ver o comportamento humano pelo óculos da Psicanálise. Quanto mais eu leio, mais me fascino. Mas uma coisa eu tenho aprendido e é mais fascinante ainda. Estou aprendendo a descobrir que a Psicanálise é só uma maneira de enxergar as coisas, que não exclui as outras. Ela não é a única e nem a mais verdadeira. É a penas a quem tem mais a ver com o meu rosto, ou gosto.

Para alguns, a Fenomenologia, para outros, a religião, para mais alguns, o Behaviorismo e assim vai.

Nunca deixe alguém tirar os seus óculos a força para impor que você use determinado modelo. Mas questione sempre se os óculos de hoje não estão distorcendo a realidade mais do que ajudando a vê-la claramente ou se a armação não está apertadno muito em cima da orelha.

BADAENEK

"Saia do Quadrado"

Nas Corporações é comum ouvirmos esta expressão, como sinônimo de "crie", "produza", "faça diferente", "faça além do óbvio". E nas Corporações o objetivo é único: o lucro certo.
Mas é engraçado (para não dizer chocante) a diferença entre o proposto e o esperado.

Outro dia, eu conversava com um psicólogo da área de Recursos Humanos da empresa sobre uma aula que eu tive de Psicologia Organizacional. Conversa vai, conversa volta, falamos sobre clínica, sobre graduação, sobre doenças e sobre crianças; ao qual esta pessoa exclamou: "crianças têm que ter limites. Hoje as crianças fazem o que querem, na minha época a gente tinha limites!".
Concordo em certo ponto... não com a mesma ênfase em "limites", mas concordo.
Quinze minutos de conversa e ouço a exclamação: "ah, eu gosto de clínica e já tentei, mas eu amo mesmo é RH!!!!!". Entendi tudo.

Porque falei do quadrado e depois mudei de assunto?? Taí! Não mudei.
Organizações são limitadoras e somente alguém que pensa exatamente assim pode fazer um trabalho perfeito.

Saia do quadrado, mas o outro pé precisa ficar bem onde a Corporação  mandar.
Na Psicologia Clínica, o trabalho é o inverso, mostrar as possibilidades além dos limites.

Por isso o neurótico trabalha, produz, cria e vai fazer terapia. Círculo vicioso.

BADAENEK

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Reclamão


Você, que reclama que a vida não é justa...

Olhe para o desastre do terremoto...
Desastre das chuvas...
Crise financeira da maior potência econômica mundial...
A política...

E vai ver que ... não é que é verdade?

BADAENEK

Why?


Voltei a trabalhar após curtos 30 dias de férias.
Ainda não consegui responder às perguntas:

1) Porque os 30 dias de férias passam mais rápido que os 30 dias esperando o salário cair na conta (nem vem com a teoria da relatividade)
2) Porque quando se volta a trabalhar e é lá pelas 10 da manhã, a gente lembra de uma monte de coisas que queria fazer nas férias, mas nas férias a gente só lembra de dormir a esta hora?
3) Porque as pessoas perguntam: como foram as férias? Só de ficar longe do trabalho, FANTÁSTICAS, mesmo que tenha encravado uma unha ou tomado chuva de chinelo.
4) Porque, na volta das férias, bate um "Marxismo" e dá uma puta raiva das Corporações e do capitalismo?
5) Porque dinheiro está tão ligado ao trabalho????

Enfim... muito trabalho, muitas perguntas, pouco tempo para bobagens. Adoro uma bobagem.
Os sábados estão comprometidos com a formação em Psicologia que, tomara, me dê mais felicidade, autonomia e, de quebra, cascalho.

BADAENEK

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ORIGINAL SIN


"É amor ou apenas desejo?
Existe diferença?
Ah sim...amar alguém é dar e então querer dar ainda mais.
E desejo?
O desejo é tirar e depois tirar mais, devorar, consumir, sem lógica, sem razão.
E então...dar, tirar? Qual deles?
...ambos."

Fala do filme "Pecado Original" com Antonio Banderas e Angelina Jolie

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Utilidade Pública!

Para os desavisados e pessoas que procuram respostas no Google, montei este post.
Este post pode aparecer quando forem digitadas as keywords: "gato", "árvore", "como tirar", "bombeiro", "socorro", "o gato não desce", "porque%gatos%sobem%mas%não%descem%de%árvores", "cat in three, help".

A saber:

1) Em São Paulo, em época de chuvas destrutivas, os bombeiros não salvam gatos de árvores;

2) O centro de Zoonoses também não;

3) Todos que não conhecem gatos acham que é só parar de olhar e parar de fazer siusiusiu que ele desce. Uma hora desce;

4) Gatos têm fobias. Inclusive de altura;

5) Gatos se divertem secretamente enquanto você tenta em vão resgatá-los;
(Será que é por isso que o bombeiro não tira?)

6) Se você tentar resgatá-lo e chegar até o meio da árvore ele vai esperar você chegar até o fim dela;

7) Eles são capazes de deitar, dormir, se limpar e fazer jejum em cima de uma árvore;

8) Gatas grávidas não são frescas e não se preocupam em correr riscos;

9) Não tente jogar pedras amarradas em um lençol. É perigoso. Para você e para o gato;

10) Não é possível tirar um gato de uma árvore sem uma equipe. Tenha uma;

11) Tentar resgatar um gato debaixo de chuva é impossível porque não dá para olhar para cima. Espere parar;

12) Àrvores depois da chuva são gosmentas;

13) O gato não esboça nenhuma vontade de descer se o cão que correu atrás dele e o fez subir na árvore estiver embaixo olhando junto com todos para ele, na árvore;

14) Será necessário uma escada bem alta, um muro rente à árvore, colchão, almofada, lençol, pedras, ração, torcida de crianças embaixo da árvore, vizinhos preocupados (com você e o gato) e visitas inesperadas de capoeiristas ou ninjas que quase voam para tirá-lo de lá;

15) Não sei se o gato uma hora desce, porque não consegui esperar;

16) Não sei porque ele sobe da árvore mas não desce, ela não me respondeu esta pergunta (e olha que eu fiz várias vezes);

17) Quando o gato é resgatado você experimenta um sentimento paradoxal: alívio por ele e ódio dele.

18) É impossível impedí-lo de subir de novo. O jeito é rezar para que o resgate tenha sido traumático;

19) Dá vontade de fazer todas as vontades dele assim que ele está em terra;

20) Depois desta Odisséia, é inevitável: você olha para ele a cada 10 minutos e o olhar de desprezo dele continua o mesmo. Ele está de volta!

BADAENEK

ÔOU


Eu:
OI LINDO FOFO, MEU AMOR, VOCÊ AMA A MAMÃE, AMA, AMA???
Filho:
Sim mamãe, sim (todo torto no meio de um abraço obrigatório)
Eu:
MAS AMA MUITO, MUITO, MUITO? AMA MUITO A SUA MAMÃE?????
Filho:
Amo mais que tudo, mais que o infinito (tentando em vão respirar embaixo do calor humano que o cercava)
Eu:
MAS AMA MUITO MESMO??
Filho:
Mamãe, deixa eu voltar a jogar a mini-fazenda????????????????????
Eu:
:-/

BADAENEK

Cada macaco no seu galho

Se dividirmos nossa vida ou dia-a-dia em pequenas caixas, ou galhos, ou categorias mesmo, elas seriam mais ou menos estas: trabalho, família, saúde, amor, dinheiro, sonhos, lazer e memórias.

Com certeza você estranhou algum destes itens. Mas ele está aí.

Fazer até que fazemos esta divisão, mas as vezes, para não sofrer, "fingimos" que determinada situação está vinculada a uma caixa sendo que faz parte de outra e, assim, "carregamos" demais uma caixa que não tem nada a ver com isso e deixamos de pensar e compreender como acabar com o sofrimento. As vezes só de colocar no galho certo, o macaco já fica quietinho.

Mas não existe fórmula ou receita. Para isso precisa se conhecer e se permitir compreender.

As vezes dói. Mas deixar na caixa errada é como jogar água oxigenada numa ferida a cada 10 minutos para curá-la. Ela continua aberta, dolorida mas com aparência de limpa. Colocando cada macaco no seu galho, a ferida abre, inflama, arde, sangra e depois de poucos dias cicatriza e só fica aquele risquinho dizendo "aqui tem uma ferida cicatrizada". Como uma medalha de honra ao mérito.

BADAENEK

Prolixo ou "pro lixo"

Acho que posts grandes dá preguiça nas pessoas que lêem.
Vou diminuir.
Isso não e um diário.
Ou vou dividir os posts em partes.
Funciona. Parte 1 parte 2.

BADAENEK