Pirataria é crime.
Não discordo disso partindo do conceito que hoje é formado sobre ela.
Mas acredito em um lado da pirataria, que não sei dizer ao certo se é sua causa ou sua consequência. Vejo-a por um prisma de revolução da massa, de manifestação do consumidor, de revolta de pessoas que precisam da arte e do entretenimento (como todos nós) e gostariam muito de pagar por ela, um preço justo.
A arte é cara. Sua produção, sua execução, sua inspiração, sua massificação. Mas o preço final chega a ser coisa de outro mundo.
Na arte temos pessoas que ganham milhões e pessoas que ganham as moedas que são jogadas em seus chapéus na rua.
A pirataria vem como um grito de protesto que clama por um preço mais justo, acessível ao fã da arte. Clama por trabalho de qualidade e de respeito pelo consumidor.
Um exemplo. Uma banda trabalha durante 1 ano para gravar um álbum com 10 músicas, vendem 500 mil cópias a um preço absurdo, pagam todos os que trabalharam e sobra uma grana. A pirataria com certeza ajudou na massificação das musicas, é como uma propaganda. Todos gastam com propaganda, uma parte da pirataria faz esta parte. Outra coisa, gravar um álbum, faturar uns milhões e coçar a cueca não é trabalho. Fãs querem shows, fãs querem proximidade, querem arte, querem qualidade, só pedem o que nós pedimos uns aos outros o tempo inteiro: trabalhem e pagaremos.
Muitos aprenderam a driblar a pirataria divulgando e vendendo seus trabalhos pela internet ou tiraram as gravadoras da parada, ou capricharam na arte, mostrando todo respeito ao cliente. Para uma demonstração deste último, assista Avatar em 3D. Uau. Nem com TV de LED em casa você tem a mesma experiência. Cinemas lotados. Produção paga na estréia. O resto? Lucro.
Conheço atores que ganham menos de 1mil e o Harry Poter recebeu 20 milhões. Talento? com certeza tem. Mas existe um desequilibrio.
Conquiste seu cliente e ele lhe será fiel.
Aprenda a vender e fazer propaganda e o lucro é certo.
Respeite seu cliente e será respeitado.
Em um país de fome zero, querem cobrar cultura 1.000?
Sobre o crime que mancha a pirataria nas ruas, a lavagem de dinheiro, as drogas, os assassinatos... Também não concordo. Mas acredite, esses caras existem em todo ramo. E o problema não é o ramo, o problema são os caras. Desde a política, passando pela Justiça ou pelo policiamento das ruas e até o mundo corporativo. Não gosto, não incentivo, não é o meu prisma de defesa.
Mas vale a reflexão.
Porque quando a massa se revolta, é um crime?
Porque as empresas "pirateiam" o trabalho de seus funcionários, colaboradores, etecétera mas isso tem outro nome?
Estas perguntas se estendem a pirataria de músicas, de filmes, de textos, de games.
Eu não gostaria de receber menos do acho que mereço quando eu criar algo. Mas me empenho muito para que isso não aconteça...mas acontece. E chamam isso de contrato CLT.
Mudam as posições, mudam-se os nomes e as regras.
Jogue xadrez.
O peão só anda para frente 1 casa e a rainha anda para onde quiser.
Se um peão morre, você tem outros. Se a rainha morre o rei corre perigo.
Se este post for lido daqui uns 10 anos tenho certeza que mais pessoas concordarão com ele. O futuro é da pirataria. Ela vai mudar de nome, passando por "marketing", "parceria", e "Ganhando com o que é grátis", "Free-Profit". Vai mudar mas não vai sumir.
Não me responsabilize pelos seus atos, mas questione o que é dado, simplesmente dado como certo e errado.
BADAENEK
Ahhh é verdade.Provavelmente se eu fosse do showbusiness discordaria,mas sendo apenas uma modesta consumidora de cultura eu sou obrigada a concordar.
ResponderExcluirA gente vê as Selena Gomes da vida virando popstar enquanto muitos cantam apenas para poucos em barzinhos escondidos no meio de São Paulo...
Você escreve muito cara,é muito gostoso de ler!