sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Little Child

O tamanho mudou. Aumentou, na verdade. Lhe cresceram seios, pêlos e celulites. Colecionou amigos, memórias, diplomas e gatos. Viu coisas mudando no mundo. Algumas pessoas que conheceu morreram. Algumas nasceram. Aprendeu novas palavras, talvez até novos idiomas. Aprendeu a aceditar em Deus. Depois aprendeu a perguntar onde ele está. E aprendeu a acreditar de novo. Pintou os cabelos e fez cirurgias plásticas para corrigir defeitos de nascença ou defeitos da vaidade. Andou de ônibus, de carro, de montanha russa, de moto, de avião, de patins. Sonhou em ser algo importante e não foi. Não sonhou em ser o mundo de alguém e foi. Achou que sabia viver e como dizem "quando achou que sabia as respostas, a vida mudou as perguntas". Adquiriu novos conhecimentos e novos hábitos. Desaprendeu algumas coisas. Comeu coisas diferentes. Bebeu também. Alguns sonhos mudaram, outros foram esquecidos, outros persistem e outros ainda não a fisgaram.
Mas isso é tudo uma obra envolta de um pequeno ser. Uma fantasia de carnaval que veste uma pequena alma. São situações que, apesar de diferentes, repetem as mesmas sensações. São arquivos diferentes, que são baixados pelo mesmo programa, há anos e salvos na mesma pasta. O olhar é o mesmo, apesar da paisagem mudar. O olhar de uma menina de poucos anos. Uma menina que quer aprovação da mãe, amor do pai, colo de ambos, um mundo seguro e um espaço para suas descobertas do eu, um lugar onde fantasiar é preciso e é bom. Quer alguém que diga que "não tem problema ser assim".
Um olhar de menina que chora a partida definitiva do pai do mesmo jeito que olhou sua ida à padaria: "você volta? onde você vai?". Um olhar que olha a mãe como um modelo a ser seguido repetidamente, sem saber que pode escolher ser igual sendo diferente e que ela vai amá-la da mesma forma, porque é isso que fazem as mães. Alguém que ama/teme/deseja/anula a mãe como a protetora que sempre foi, sem querer saber que agora está sob sua própria rsponsabilidade.
Um olhar que projeta lágrimas enquanto a bochecha fica rosa e o olho muda de cor a cada decepção amororsa, assim como foi a primeira. A segunda, a terceira.
Um choro de menina de castigo. 
O crescer está para além do tamanho, do emprego, dos filhos.
O crescer pressupõe matar antigos fantasmas e se apropiar de si mesmo.
E se amar. E continuar amando sem esperar amor em troca como se espera moedas na feira. E saber que o desejo nunca será plenamente satisfeito, mas que sempre, de um jeito ou de outro, esse tecladinho de criança vai estar lá, de canto, como um enfeite teimoso em existir e vai haver felicidade só pelo fato de não ser mais um piano de cauda no meio da sala de estar.

Eu podia estar falando de mim. E só posso falar de mim. Mas não estou falando só de mim. Esse é o mundo de quem cresce, de quem perde, de quem ganha, de quem deseja e de quem ainda não entendeu muito bem o porquê.

BADAENEK

Just friends


"...Venha, meu amigo.
Deixe esse regaço.
Brinque com meu fogo.
Venha se queimar.
Faça como eu digo.
Faça como eu faço.
Aja duas vezes antes de pensar...
Eu semeio o vento.
Na minha cidade.
Vou pra rua e bebo a tempestade..."

 

Chico Buarque

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Uma pirata boa


Pirataria é crime.
Não discordo disso partindo do conceito que hoje é formado sobre ela.
Mas acredito em um lado da pirataria, que não sei dizer ao certo se é sua causa ou sua consequência. Vejo-a por um prisma de revolução da massa, de manifestação do consumidor, de revolta de pessoas que precisam da arte e do entretenimento (como todos nós) e gostariam muito de pagar por ela, um preço justo.
A arte é cara. Sua produção, sua execução, sua inspiração, sua massificação. Mas o preço final chega a ser coisa de outro mundo.
Na arte temos pessoas que ganham milhões e pessoas que ganham as moedas que são jogadas em seus chapéus na rua.
A pirataria vem como um grito de protesto que clama por um preço mais justo, acessível ao fã da arte. Clama por trabalho de qualidade e de respeito pelo consumidor.
Um exemplo. Uma banda trabalha durante 1 ano para gravar um álbum com 10 músicas, vendem 500 mil cópias a um preço absurdo, pagam todos os que trabalharam e sobra uma grana. A pirataria com certeza ajudou na massificação das musicas, é como uma propaganda. Todos gastam com propaganda, uma parte da pirataria faz esta parte. Outra coisa, gravar um álbum, faturar uns milhões e coçar a cueca não é trabalho. Fãs querem shows, fãs querem proximidade, querem arte, querem qualidade, só pedem o que nós pedimos uns aos outros o tempo inteiro: trabalhem e pagaremos.
Muitos aprenderam a driblar a pirataria divulgando e vendendo seus trabalhos pela internet ou tiraram as gravadoras da parada, ou capricharam na arte, mostrando todo respeito ao cliente. Para uma demonstração deste último, assista Avatar em 3D. Uau. Nem com TV de LED em casa você tem a mesma experiência. Cinemas lotados. Produção paga na estréia. O resto? Lucro.
Conheço atores que ganham menos de 1mil e o Harry Poter recebeu 20 milhões. Talento? com certeza tem. Mas existe um desequilibrio.
Conquiste seu cliente e ele lhe será fiel.
Aprenda a vender e fazer propaganda e o lucro é certo.
Respeite seu cliente e será respeitado.
Em um país de fome zero, querem cobrar cultura 1.000?

Sobre o crime que mancha a pirataria nas ruas, a lavagem de dinheiro, as drogas, os assassinatos... Também não concordo. Mas acredite, esses caras existem em todo ramo. E o problema não é o ramo, o problema são os caras. Desde a política, passando pela Justiça ou pelo policiamento das ruas e até o mundo corporativo. Não gosto, não incentivo, não é o meu prisma de defesa.

Mas vale a reflexão.

Porque quando a massa se revolta, é um crime?

Porque as empresas "pirateiam" o trabalho de seus funcionários, colaboradores, etecétera mas isso tem outro nome?

Estas perguntas se estendem a pirataria de músicas, de filmes, de textos, de games.
Eu não gostaria de receber menos do acho que mereço quando eu criar algo. Mas me empenho muito para que isso não aconteça...mas acontece. E chamam isso de contrato CLT.

Mudam as posições, mudam-se os nomes e as regras.
Jogue xadrez.
O peão só anda para frente 1 casa e a rainha anda para onde quiser.
Se um peão morre, você tem outros. Se a rainha morre o rei corre perigo.

Se este post for lido daqui uns 10 anos tenho certeza que mais pessoas concordarão com ele. O futuro é da pirataria. Ela vai mudar de nome, passando por "marketing", "parceria", e "Ganhando com o que é grátis", "Free-Profit". Vai mudar mas não vai sumir.

Não me responsabilize pelos seus atos, mas questione o que é dado, simplesmente dado como certo e errado.

BADAENEK

sábado, 23 de janeiro de 2010

CAFUNÉ

FAÇA UM HOJE
FAZ TÃO BEM...

Sem idéias? Tenho sugestões!


Hehe

BADAENEK

Too easy


Este não é mais um post sobre a força da mulher, seu lugar no mundo e sua luta.
Não é sobre seu poder de fazer várias coisas ao mesmo tempo,de dar a luz ou de cuidar da casa, da beleza e da família.
*Bleargh*
Se quiser ler sobre isso procure outro blog.
Este post é sobre sua fraqueza.
É sobre seu calcanhar de Aquiles.
É sobre como ser mulher é um enigma para uma mulher.
É sobre como somos tão simples.
É sobre como tentamos ser tão complicadas, por que tem graça.
É sobre os "nãos" que dizemos, que significam "não", ao contrário do que você pensava.
É sobre os "sins" que dizemos, que significa que somos humanas e não queremos seguir todas as regras da humanidade.
É sobre as brigas que provocamos quando só queremos abraçar.
É sobre alimentar uma imagem de mulher maravilha, que como no desenho, não existe. Mas que você a-d-o-r-a achar que existe, como por exemplo a sua mãe. Acredite, ela chorava sim. E ela não sabia o que dizia algumas vezes quando parecia exatamente o contrário.
É sobre ser bonita. Pêlos continuam nascendo pelo nosso corpo, temos calcinhas feias e nossas madeixas ficam embaraçadas todos os dias, mas a gente capricha quando você vai ver e deixa tudo bonitinho.
É sobre as ordens que gostamos de obedecer. É verdade.
E é também sobre as "ordens" que querem impor e jamais queremos obedecer.
É sobre o que pensamos e o que queremos.
É sobre a humanidade que há em nós.
É sobre os propósitos da nossa vida, que sempre incluem você, mesmo quando não nos sentimos incluídas nos seus.
É sobre como criamos nossos filhos, tentando fazer uma versão melhor e menos dolorida de nós.
É como nascemos mulheres, sem aquilo que o homem tem. E por isto tentar ser sempre melhor que os homens...
É sobre o jeitinho que falamos das coisas para tentar não machucar, quando queremos na verdade asfixiar até a morte.

Este post é sobre mim, sobre as mulheres que conheço e sobre as que não conheço.
É sobre alguem que é tão fácil de lidar que acaba sendo difícil.

Um segredo: um abraço bem forte e verdadeiro resolve muitos conflitos.

Mulher, mulher, não tem como mudar. Quando se vê, já se é uma.

BADAENEK

Thhhhhank you Wentworth



Obrigada por me propiciar horas e horas de prazer e distração durante os últimos 4 anos.

As vezes era difícil parar.
Mas sei que tudo que é bom, um dia termina.
Mas todos os momentos foram inesquecíveis e emocionantes.
Coração acelerado, muita excitação e adrenalina.

Acabei de assistir todos os episódios de Prison Break e, Scofield ... Uau!

"someday..."
BADAENEK

Não somos de açúcar e nem peixes


SÃO PEDRO, FAÇA AS PAZES
COM SÃO PAULO!!!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Esquecimento


Freud vem com a novidade do Inconsciente, onde podem ser encontradas as memórias perdidas, ou melhor, não podem. O Inconsciente é como um buraco negro de pensamentos, não só memórias, mas fantasias e pensamentos cotidianos. Não podem ser acessados.

Esquecer uma lembrança antiga que traz dor é uma defesa. Ok, isso é senso comum. Mas esquecer coisas do cotidiano? Esquecer a bolsa antes de sair, esquecer de ligar para alguém, esquecer o filho no carro, esquecer o que prometeu a alguém?

Freud traz uma responsabilidade para nós em sua teoria. Nada é arbitrário. Esquece porque quer. Porque precisa. O inconsciente é só incosciente mas é voluntário.

O obssessivo compulsivo que lava as mãos incessantemente "simplesmente" (nada é tão simples) não se lembra do pensamento que vem um pouco antes do "tenho que lavar as mãos para tirar os micróbios".

Vivemos, introjetamos e projetamos sensações, ideais e conceitos. Mas boa parte o buraco negro suga.
E a gente continua.

O real é assim, distorcido. Distorcido porque esquecido, introjetado, projetado de maneiras diferentes.

O objetivo é muito subjetivo, por isso somos tão diferentes.

Por isso eu esqueço algo e você não.
Por isso eu lembro de algo e você não.

BADAENEK

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O que escrever?

Final de ano sem internet, deve ter sido um castigo por falar mal do Natal.
Bom, um tempo sem postar e aqui "estou-me".
Mas o que escrever?
Posts são como músculos, precisam de exercício para ficarem rasgados e bonitos.
Mas pode deixar que vou achar o que escrever.

Meu primeiro post pode ser de indignação pelo mundo corporativo e seus modos de tornar o "mundo lá fora" inacessível.

Quando o acesso a blogs foi retirado, fiquei feliz que podia postar do e-mail. Daí, nem precisa dizer.

Pode perguntar: Nossa mas você não trabalha? Sim, e muito e com muito prazer. Faço de tudo para entregar meu trabalho bem feito. Mas isso só é possível porque estou ali com um pézinho do "mundo exterior". Agora vai ser do mesmo jeito só que com menos graça.

Que o Ford ford-se. Eu já tô fordida.

BADAENEK