Dizem por aí que é impossível ser um poeta sem ser triste.
Pois então posso neste momento inaugurar um novo estilo poético-literário-filosófico... Não, não é por isso que prensei a ponta desta caneta (ou destas teclas) no papel (eu escrevi antes no papel mesmo).
Dei um ponto final numa angústia que me acompanhava desde que me apaixonei pela última vez. Como a mãe verdadeira da história do Rei Salomão, abri mão de algo por inteiro pois não queria pela metade.
Não foi fácil, nem confortável, mas um sentimento de ser carregada no colo por mim mesma passou pelo meu coração. Um sentimento que parece agradecer pelo favor de abrir mão de algo que eu quero e que pode me machucar.
Não foi fácil porque sei que, em breve, o lugar desta angústia, agora vazio, vai encher-se de outro visitante também incômodo...a saudade, logo,logo.
Prefiro me arrepender do que fiz do que não fazer, mas pense que fiz algo para não fazer o que eu queria, portanto, posso me arrepender.
Parece-me que nascemos com dois compartimentos que precisam ser preenchidos como os pulmões; um enche de coisas desconfortáveis e doloridos, como o gás carbônico e outra que enche de alegrias e realizações, como o oxigênio; e me parece também que só assim conseguimos respirar (entenda-se viver). Quando um desses compartimentos esvazia, nosso invisível trata de logo de preenchê-lo.
Por isso sei que, no lugar da angústia sucederá algo tão dolorido ou pior, mas mesmo assim eu fiz.
Saber que meu desejo não vai se realizar por livre arbítrio meu, que paguei apenas metade do preço de me envolver com alguém "inenvolvível" e não quis continuar neste consórcio amoroso é triste, muito triste.
Badaenek
Em 13/03/09
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