domingo, 10 de maio de 2009

Defina felicidade

Dizem que escrevemos mais quando estamos tristes...
Então ou eu estou feliz ou sem tempo mesmo...
Dei uma parada de escrever.

Mas acho que se fosse felicidade eu saberia né?

Ou não teria parado agora para escrever...

Whatever...

Que esta semana seja muito boa.

Diga amém...

sábado, 2 de maio de 2009

Associando livremente...

Freud baseou seu método de cura no "falar livremente" e Shakespeare certa vez escreveu que "você aprende que falar pode aliviar dores emocionais".

Não sei se este alívio se dá ao falar ou ao ser ouvido, portanto tentarei esta alternativa de escrever, quem sabe, pode dar certo.

Tempos difíceis. Não, não foi a crise financeira que me afetou, eu não perdi meu emprego e não sofri perdas financeiras na bolsa de valores (só se perde o que se tem).

Meus problemas são mais simples, mais comuns, mas nem por isso menos martelantes.

Tenho orgulho de ser quem sou, de ter o que tenho, de ter quem eu tenho, de querer o que eu quero, mas o orgulho que sinto só corrobora para que eu aja da mesma maneira que sempre fiz, o que pode ser ótimo para coisas que deram certo e ruim para as coisas que nunca funcionaram.

Eu tenho 26 anos, tenho 2 filhos, em idade escolar, trabalho numa empresa de varejo nacional na área comercial, moro em São Paulo, estudo Psicologia, tenho uma mãe e dois irmãos próximos.

Minha vida não é um amontoado de amigos, mas tenho alguns. Os dedos das minhas mãos são suficiente para contá-los.

Mas nem por isso a minha vida é solitária, convivo com colegas de trabalho, colegas de turma, parentes, vizinhos, empregados. Gente legal, chata, inteligente, ignorante, solidária, egoísta, interessante, entediante, divertida e carrancuda.

Falo bem, falo bastante, falo sobre vários assuntos, mas as vezes quero ficar quieta. Não quero emitir minha opinião sobre as coisas, o que não quer dizer que eu não tenha uma.

Aceito bem críticas construtivas, não aceito críticas sem embasamento e nem críticas sobre meu modo de ser mãe. Também não gosto de criticar sem uma boa razão, sem olhar o outro lado e sem ser relevante.

Falo bobagens. Falo, penso e faço também. Mas só descubro que são bobagens depois que já falei, pensei ou fiz.

Me sinto só. Bem só. Não fisicamente, pois sempre tem alguém por perto, mas me sinto só neste mundo. Sinto que cada "tropeção" que eu der, pode se transformar numa queda dolorida pois eu não tenho onde apoiar a mão para evitar a queda. Não me queixo dos tropeções, afinal, com eles aprendi como andar sem tropeçar, mas não gostaria de ter que aprender tropeçando e caindo também.

Sou um poço de expectativas, mesmo que meu rosto esteja sereno, aparentando calma e frieza. Anseio por coisas, por pessoas, por acontecimentos. Quando quero que algo aconteça, sem controlar, imagino como vai ser, de várias formas. Quando aquilo acontece, realizo o que pensei; quando não acontece, não gosto e, às vezes de tanto ter imaginado fico sem saber depois se aconteceu ou não.

Não gosto de pessoas. Gosto de algumas. Algumas eu aturo. Muitas eu nem conheço. Quando eu gosto, eu não tenho dúvida e se eu hesitar em responder "sim, gosto", já sei a resposta: não gosto tanto assim.

Já me apaixonei algumas vezes e nenhum relacionamento com as pessoas que me apaixonei foi tarefa fácil. Cheguei à conclusão que amor e paixão não são suficientes para que uma relação seja confortável. Talvez todas as relações entre pessoas apaixonadas seja desconfortáveis. A paixão é o próprio desconforto. É a própria insatisfação eterna.

Nem sempre fui correspondida. ou pelo menos, não da maneira que eu esperava. Não deixei de acreditar no amor, mas acho que deixei de acreditar numa relação confortável, onde duas pessoas se realizem. Esta sensação vou jogar nas mãos do tempo, quem sabe, quando eu expirar, possa saber se eu estava certa hoje, ou não.

Eu sofro por amor, por paixão, não por sentir isto, mas por sentir de pertinho o que é a rejeição, a frustração de não ter um desejo realizado.

Sou egoísta, orgulhosa, espalhafatosa e fã da desordem, isso não é lá tão atrativo. Sou exigente também, porque se alguém me quiser pela embalagem e não pelo conteúdo, não sinto interesse nesta relação.

Neste momento eu apertaria meu botão "power off" e me desligaria deste mundo, para ficar sem pensar um pouco, sem julgar, sem acreditar ou desacreditar de algo.

Badaenek em 27/02/2009

Invenções - "Vida baseada em Vegas"

Num cassino em Las Vegas, na mesa da roleta, sala luxuosa, bebida á vontade e lindas mulheres no entorno das apostas, alguns homens apostam fichas de cinquenta mil alguma coisa em um número e uma cor.

Rodada vai, rodada vem, o homem "1" ganha uma jogada atrás de outra. Sempre aposta tudo o que ganhou novamente, afinal tinha ganhado a noite inteira nos caça-niqueis e no pôker.

Do outro lado, o homem "2" fica cada rodada mais vermelho e enfurecido pois perde cada centavo em cada vitória alheia. Triste por ter perdido a noite inteira seu dinheiro nas máquinas caça-niqueis e no pôker, vai embora do cassino. A pé.
Ele pensa: "eu podia ganhar de vez em quando..."

Algumas horas depois, o homem "1", já milionário, deixa a mesa e volta para o requintado hotel, entediado.
E ele pensa: "Vencer sempre é bacana, mas como é sem graça, perde a emoção".

No caça-níquel, neste momento, o homem "3" que chegou com dez mil alguma coisa, sai com dez mil alguma coisa no bolso após várias vitórias e derrotas no jogo.
Reflete: "que vida injusta, ora ganho, ora perco. Saí daqui assim como entrei".

O homem é um eterno insatisfeito.


Badaenek em 02/04/2009

Melhor nenhum passarinho numa mão real do que um passarinho voando num céu ilusório!

Dizem por aí que é impossível ser um poeta sem ser triste.

Pois então posso neste momento inaugurar um novo estilo poético-literário-filosófico... Não, não é por isso que prensei a ponta desta caneta (ou destas teclas) no papel (eu escrevi antes no papel mesmo).

Dei um ponto final numa angústia que me acompanhava desde que me apaixonei pela última vez. Como a mãe verdadeira da história do Rei Salomão, abri mão de algo por inteiro pois não queria pela metade.

Não foi fácil, nem confortável, mas um sentimento de ser carregada no colo por mim mesma passou pelo meu coração. Um sentimento que parece agradecer pelo favor de abrir mão de algo que eu quero e que pode me machucar.

Não foi fácil porque sei que, em breve, o lugar desta angústia, agora vazio, vai encher-se de outro visitante também incômodo...a saudade, logo,logo.

Prefiro me arrepender do que fiz do que não fazer, mas pense que fiz algo para não fazer o que eu queria, portanto, posso me arrepender.

Parece-me que nascemos com dois compartimentos que precisam ser preenchidos como os pulmões; um enche de coisas desconfortáveis e doloridos, como o gás carbônico e outra que enche de alegrias e realizações, como o oxigênio; e me parece também que só assim conseguimos respirar (entenda-se viver). Quando um desses compartimentos esvazia, nosso invisível trata de logo de preenchê-lo.

Por isso sei que, no lugar da angústia sucederá algo tão dolorido ou pior, mas mesmo assim eu fiz.

Saber que meu desejo não vai se realizar por livre arbítrio meu, que paguei apenas metade do preço de me envolver com alguém "inenvolvível" e não quis continuar neste consórcio amoroso é triste, muito triste.

Badaenek
Em 13/03/09

Carta Suicida

Se eu fosse cometer um suicídio hoje, a minha carta seria assim...

Hoje (28/01/2009, ok?)

"Adeus.
Não se sintam culpados.

Até hoje só vi pessoas sendo culpados pelo que fizeram, não pelo que não fizeram.

Portanto, vocês não são culpados pelos telefonemas que não me deram, pelas visitas que não realizaram, pelas verdades que não me falaram, pelos julgamentos a meu respeito que não me contaram, pelos favores que não me fizeram, pelos "tudo bem?" que não me perguntaram, pelos convites que não me incluíram, pelo amor que não me deram, pela paciência que não me tiveram, pela atenção que não dispensaram a mim e pela solidão que sinto com a companhia que não me fizeram.

Eu assumo a responsabilidade por abrir mão hoje, de tudo que não tive, de tudo que tenho e de tudo que teria.

E obrigada a todos vocês por me fazer perceber que o importante é ser... ou não ser..."

Badaenek