Cuidado
Para não tropeçar no bico
Que sem perceber nasceu no seu rosto
E tomou conta da sua expressão
Cuidado para não esbarrar na insatisfação daquele ali
Porque do jeito que está a sua insatisfação
Ultrapassou o espeço que era destinado a ela
Cuidado para não falar alto demais
O único que precisa ouvir mora dentro de você mesmo
E de nada adianta alertar os vizinhos
Cuidado com o que pensa
O pensamento é o chefe do comportamento
Quando vi, fiz sem pensar.
Mentira, neste caso pensou-se muito rápido e agiu-se mais ainda
Cuidado com o que acredita
O mundo muda a cada segundo
Mas você não precisa mudar tão rápido
Mas não pode ser igual para sempre
Cuidado com o que deseja
Normalmente nos engajamos para realizá-lo
E quando ele é alcançado
Não temos certeza se queremos
Cuidado com o que escreve
A escrita torna real pensamentos que nunca existiram
E as pessoas lêem
E quem lê opina
Cuidado com as relações
Você de verdade está sozinho
Mas a travessia é melhor quando tem quem ri com a gente
Ou que chora
Ou que ouve o nosso choro
Cuidado com a vida
Você só tem uma
E é curta, curta
Esta acabando enquanto você lê este post
Vá fazer algo que você ame
--
Badenek
"A morte tem tanta certeza de sua vitória que nos dá uma VIDA de vantagem."
quarta-feira, 10 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
CARA DE TRISTE
Não se engane, esta cara não é de triste.
Seria bom se fosse, tristeza é alguma coisa. É o status triste. sabemos
o seu contrário: feliz.
Podia ser uma cara de brava...GRRRR...raiva também é alguma cosa.
E é o contrário da calma.
Mas esta cara é uma cara de angústia. E angústia não tem contrário. E
não tem solução.
Angústia é aquele rojão que caiu no chão e roda nos pés de todo mundo e
só pára quando ... pára.
Mas machuca uns dedões primeiro.
Não sei o que é o oposto da angústia, não li tantas coisas assim.
Mas sei que a cara fica feia mesmo. Uma cara de quem cheirou e não
gostou.
Mas a angústia é necessária, como o veneno e a vacina: na medida certa.
Angústia traz de presente um brinquedo. É um lindo ponto de
interrogação, que você pode colocar onde quiser. Praticamente uma
enfeite coringa. E você descobre que sempre que coloca ele em algum
lugar surgem coisas novas. E algumas delas trazem mais angústia.
A angústia vem nos extremos... ou quando você está muito longe de si
mesmo, ou quando se está perto demais de quem você realmente é...
--
Badenek
Seria bom se fosse, tristeza é alguma coisa. É o status triste. sabemos
o seu contrário: feliz.
Podia ser uma cara de brava...GRRRR...raiva também é alguma cosa.
E é o contrário da calma.
Mas esta cara é uma cara de angústia. E angústia não tem contrário. E
não tem solução.
Angústia é aquele rojão que caiu no chão e roda nos pés de todo mundo e
só pára quando ... pára.
Mas machuca uns dedões primeiro.
Não sei o que é o oposto da angústia, não li tantas coisas assim.
Mas sei que a cara fica feia mesmo. Uma cara de quem cheirou e não
gostou.
Mas a angústia é necessária, como o veneno e a vacina: na medida certa.
Angústia traz de presente um brinquedo. É um lindo ponto de
interrogação, que você pode colocar onde quiser. Praticamente uma
enfeite coringa. E você descobre que sempre que coloca ele em algum
lugar surgem coisas novas. E algumas delas trazem mais angústia.
A angústia vem nos extremos... ou quando você está muito longe de si
mesmo, ou quando se está perto demais de quem você realmente é...
--
Badenek
segunda-feira, 8 de março de 2010
PSICANÁLISE E A BUSCA POR AQUELA RESPOSTA
O resumo do problema e instauração da neurose é que estamos sozinhos. A castração não é um "não pode", mas um "não tem".
Não temos nada e nem ninguém e a fantasia inconsciente passa pelo ter, pela negação da solidão (falta). Uma solidão de responsabilidades, do livre arbítrio.
A mãe, o pai, deus ou um grande amor são repetições da mesma fantasia de que não se está só.
A falha no ambiente é a realidade de que se está só. O abandono não é o trauma,é a mais pura realidade, é sua cauda que aparece.
O sujeito fantasia para sobreviver. Cria a ilusão de pertencer (a algo, a alguém) e ilusão de ter (algo, alguém).
A necessidade do outro para a realização da fantasia é a a própria fantasia de tê-lo. Tê-lo como objeto ou ser um para ele.
Só é possível ver o mundo com seus próprios olhos e você é o único que nunca desaparece a sua vista porque é o único que está sempre com você. A realidade da solidão.
A sociedade é o auge da neurose , a ilusão/fantasia de que se tem o outro. Ilusão de que se tem família, amigos, vizinhos. Nesta ilusão sobrevive o mundo. Uma ilusão coletiva, um acordo de fantasia em grupo. As vezes falha.
O complexo de Édipo não é somente a fantasia inicial, de que não se pode amar a mãe, o pai eroticamente, mas é A fantasia instaurada para cobrir o buraco da realidade fatal: estamos só. Não posso amar (ter) esta mãe. E mais ninguém. O superego nasce da fantasia do certo e errado. Só existe certo e errado quando existe o outro. Sem o outro, nada tem um status de certo e errado. O Superego é a petrificação da existência do outro em mim. É o que nos faz fingir tão bem que o real existe. Estamos sozinhos ao nascer e ao morrer e só somos cuidados ou velados pelos outros por consideração deles a eles mesmos.
A ilusão quase se torna realidade.
O perverso não abre mão da realidade, é o único que a enxerga.
Vidas que duram 70 anos no máximo passam toda ela querendo perpetuar o quê?
Este deus prometido que dará a vida eterna aos que andarem corretamente é a promoção do Superego à Divindade, que é inquestionável. Afinal satisfaz a fantasia suprema.
Vivemos sozinhos em companhia de outras pessoas. Ninguém sente sua dor e não se preocupam com ela. Aqui não se vive, se sobrevive. Quem abrir mão das suas fantasias morre. Ou mata. O neurótico vê um pouco de cada, fantasia, realidade e por isso é confuso e sofre.
Tarefas impedem o pensamento de funcionar. Mãos e atenção distribuída ocupadas impedem a reflexão.. Por isto existe a demanda e a oferta de trabalho. O trabalho nunca termina, não importa qual seja.
E só é possível acordar depois de uma sequência de experiências onde o medo que herdamos da nossa criação nos atrasa. Com medo não há experiência, não há despertar.
Dinheiro, mídia, ética, política, farmácia: sapatos para pés machucados do chão da realidade. Agentes da fantasia. Uma fantasia que usa a realidade como uma personagem. Reduzir o desejo inconsciente a sexo e o sexo ao errado é outro sapato, e do bem confortável.
O que lhe foi tirado com a vida foi o prazer de não existir. Este prazer jamais será recuperado. Por isso psicóticos, neuróticos e perversos sofrem. Seja de culpa, de insaciedade, de angústia, de fuga. A fantasia desenha um caminho até este prazer, mas ele é inatingível. A fantasia cria o percurso e a ilusão da possibilidade.
A grande pergunta que começa com "quem somos" ou "pra onde vamos" é: "porque temos meia consciência disso?"
É por isso que precisamos cuidar do corpo. Para viver o máximo de tempo possível em busca da resposta.
BADAENEK - Momento Nietzsche
terça-feira, 2 de março de 2010
O PODER DE PODER
Era o oitavo dia e deus estava feliz com toda sua bela criação e após seu descanso, o mundo poderia começar.
Pensou por um segundo se faltava alguma coisa por fazer.
Depois de dar a vida e as condições para mantê-la, se questionou se não faltava algo...
E se meus humanos se arrependerem de alguns ato e quiserem voltar atrás para consertar?
Pensou então em presenteá-los com um poder quase divino, um poder que ninguém nunca ouviu falar.
Achou por bem dar o poder de voltar no tempo, e assim, poder consertar alguma coisa.
Mas assim como o corpo precisa de comida e água para carregar estas energias, este poder precisaria de tempo para ser usado de novo.
O humano poderia utilizá-lo uma vez por dia e apenas uma.
Agora sim. O mundo pode começar.
Com as emoções que são itens de série, a depreciação física que o tempo causa e o imprevisível, como os humanos usariam este poder?
Sabendo que o dia dura muito, os humanos poderiam se arrepender de consertar uma coisa e deixar outra sem consertar para sempre.
E desta maneira, esperariam até o final do dia para escolherem o que consertar.
E como o dia dura muito e pode acontecer muitas coisas até o último minuto, só saberiam que não havia outra coisa a consertar quando fosse o final do dia. No último minuto.
E, nesta hora, este dia virava outro dia, e o poder não funcionaria mais.
E ainda, provavelmente, se o humano conseguiu manter-se firme até o final do dia, conseguiu lidar com a coisa a ser consertada e por isso talvez desistisse de consertar.
E, pode ser, que quando uma saudade apertasse ou o arrependimento, os dias já teriam se passado e, mesmo com o poder, o humano não poderia consertar.
Depois de meia hora, deus desistiu desta empresa pois seria um poder inútil.
E decidiu começar o mundo assim.
E então conclui que os humanos teriam então outro poder, não menos divino e não menos trabalhoso. eles preveriam parte do futuro. A parte que cabe a eles.
Deste poder ele se orgulhou e não precisou pensar muito.
E este não precisaria de tanta energia, apenas sabedoria.
O homem precisaria aprender como usar este poder. E quando não conseguir, vai dar tempo de pedir orientações para o criador ou para seus pares.
Ele deu o livre arbítrio e os humanos passam cada dia tentando descobrir como usar este poder. As vezes, fingem que não o possui e correm às igrejas pedindo que deus mostre o que eles devem fazer. Escreveram livros de doutrina e outros de auto-ajuda.
Eles não sabem usar o poder.
Mas só tem um jeito de descobrir como usa. E este jeito é vivendo. E sabendo que as escolhas têm consequências. E que "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades*", e que o livre arbítrio é uma forma de ver o futuro e poder escolher o que fazer sem precisar voltar no tempo para arrumar.
BADAENEK
*Frase do tio do Spiderman
Assinar:
Postagens (Atom)